domingo, 4 de outubro de 2009

Fenômenos


Depois desta viagem olímpica, aterrizo nas minhas incursões pelo universo carajense e noto que as coisas andam acontecendo por aqui, apesar do tempo ser geológico. E pra quem tem afinidade com estes papos geológicos, ou tem bem perto um geológo que respira rocha e cospe sedimentos, sabe que tudo nesta Terra demora...


Tivemos a idéia de passar um filme sobre a formação da terra que copiamos do History Channel, "How was the Earth made?". Desde que cheguei, tento mobilizar os-que-procuram-o-que-fazer-em-carajás para a criação de um movimento novo. Claro que não seria um movimento ao bar, porque este já existe, e nunca precisou de um idealizador. Como adoro debates, e esta é uma palavra que causa risos entre meus filhos, porque eles não conheceram os anos setenta, decidi iniciar o movimento de cinema regado a conversa (soa mais contemporâneo, certo?).


As duas primeiras sessões não renderam muitos adeptos mas a estratégia da última sexta deu certo e encheu nossa sala de trilobitas, estromatólitos e outras criaturas que abriram nossos olhos à pequenez de nossa existência e às pretensões prognósticas sobre o aquecimento global. As afirmações dos senhores geólogos presentes batiam na mesma tecla da inevitável nova era na formação do planeta azul. Mas isto é papo pra um blog inteiro e com certeza não é pro meu bico.


Pois bem, conseguimos reunir 21 pessoas, entre geólogos e simpatizantes por razões maritais. Foi algo a ser considerado como o primeiro evento de peso no movimento citado acima. O 'debate', agora com outro formato, surgiu com força nos pequenos grupos e deixou todos com um sentimento de quero mais.


E pra quem acha que aqui não tem nada pra fazer (quem será?), ficará surpreso com o grande evento de ontem, sábado à noite, que fizemos questão de comparecer.
O Fempa, Festival de Música de Parauapebas, me lembrou os grandes festivais de música nacional: um palco muito bem produzido, um som de qualidade, uma organização estilo sul maravilha, e um locutor impecável, que só me deixou confusa com as palavras ditas ao anunciar Nilson Chaves: "cantor que já esteve ao lado de grandes cantores "de nome e renome".


Segundo o geológo de plantão ao meu lado, também assessor de assuntos aleatórios, talvez o locutor estivesse se referindo a Jorge Ben, agora Jorge Ben Jor, ou quem sabe a Sandra Sá, nas paradas agora como Sandra de Sá, e assim por diante. Agora entendi.


Mas voltando aos grandes eventos do fim de semana, fechei a noite com a lua, que me fez descobrir uma cabeleireira de mão cheia, que preparou meu cabelo pras novas eras geológicas que a velha lua, redondinha, anunciava no céu carajense.


Então, como disse meu amigo de renome intergaláxico Arnaldo Antunes, "fé em Deus e pé na taba".







sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Chegou a nossa vez!!!

Minha conexão com o mundo foi restabelecida hoje e não poderia ter sido em sintonia melhor. Desde cedo acompanho a transmissão da escolha da cidade a sediar as Olimpíadas de 2016 e como nas grandes decisões nacionais, os olhos e o coração ficaram colados na tela global que parecia pulsar quente como as minhas veias.

A longa espera não diminuiram meus batimentos cardíacos, mas muito pelo contrário, fizeram o coração ir a 180 por minuto já celebrando o que no fundo todos sabíamos: nós merecemos esta chance.

Ouvi todos os discursos e vi todos os choros de alegria depois da divulgação do resultado, e mesmo a tantos quilômetros de distância e tão escondida do mundo, pude compartilhar a mesma emoção dos que acreditam que tudo é possível sob os efeitos da união de corações e corações afinados com o melhoramento da raça humana.

A escolha do Brasil como sede dos jogos Olímpicos de 2016 foi uma grande demonstração de sensibilidade do Comitê Olímpico. Afinal, o planeta precisa das novas potências emergentes e estas, não negam fogo se convocadas. A China esteve presente em 2008 e mostrou como é que se faz uma Olimpíada de verdade. E o Brasil, na figura maravilhosa de seu Rio de Janeiro, não vai fazer diferente. Finalmente os governos se uniram e parecem falar a mesma língua. Não tem como dar errado, falem o que quiser.

Estou vibrando até agora e orgulhosa de fazer parte desta família muitas vezes caótica e negligente, mas que na hora certa é capaz de mostrar ao mundo que o brasileiro é a bola da vez em 2016.

O que estaremos fazendo em 2016 não faço a menor idéia mas onde estarei, esta é uma certeza: Rio, minha cidade mais olímpica de todas.