domingo, 28 de março de 2010

Faz um ano


Mais de um mês não passo por aqui pra deixar minhas impressões. Será que já faço parte da paisagem, quero dizer, o mato sem cachorro já me amançou, me driblou, me aquietou? Depois de um certo tempo, e já vai lá um ano de aterrizagem neste platô verde (9/03/2009), a gente começa a pertencer ao lugar, a conexão se dá de forma compulsória sem avisar quando nem porque. Só sei que meus olhos procuram mas já não acham novidades, tudo me é familiar, já sei o que encontrarei quando virar a esquina e o bicho que verei na próxima jaula do Zoo.

Novas pessoas vão se juntando a este novo habitat existencial ajudando a preencher o tempo e o espaço que parecem enormes. A distância das pessoas queridas é resolvida com a ponte aeroválica e a folga mensal continua sendo um compromisso comigo mesma. Uma forma perfeita de manter a sanidade e o bom humor, apesar dos nós na cabeça só desatarem depois de uns dois dias do pouso. Mas não há o que reclamar, estamos felizes e comemorando algumas conquistas. Um rápido balanço? Acho que está valendo a PENA.

Numa visita hoje ao Zoológico fiquei surpresa com a quantidade de crianças e adultos presentes. O aniversário do lugar, 25 anos, foi comemorado com exposição de livros, brinquedos, animais expostos (capivara e cachorro do mato), pipoca, refrigerante e pessoas do Museu Emilio Goeldi orientando. Não diria que foi um super evento, pelo contrário, foi simples, diria pobre, mas que conseguiu retirar as pessoas de suas casas.

Fiquei pensando em como poderia ser mais dinâmico este Zoológico, com atividades que atraissem mais adultos e crianças, mas tudo por aqui parece ter um ritmo próprio, lento, sem muitas exigências, e assim o curso da vida carajense só se dá mesmo de forma intensa através dos veios rochosos das minas de ferro e cobre.


A gente vai se acostumando a esta vida pacata, silenciosa, restrita, e acaba se apegando ao novo modus vivendi. Coisas de ser humano...

Há alguns meses vi estas duas onças inquietas, circulando agitadas na jaula, pareciam querer pular o fosso de água e fugir pra floresta. Hoje... esta foi a cena que vi: duas dóceis criaturas em pleno gozo de sua alegria de viver. (qualquer semelhança é mera coincidência)