terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vidas novas chegando



Tem tempo que não registro meus momentos aqui neste mato sem cachorro. Acho que ando meio distraída, quero dizer, entretida com outros bichinhos. Mas depois do que vi esta semana, logo após uma torrencial chuva de madrugada e uma linda manhã de sol, meus dedos começaram a coçar novamente e aqui estou eu teclando.

Desci a serra até Parauapebas e não pude evitar o atropelamento de centenas de borboletas. Me desculpe mãe natureza, mas não tive culpa, as borboletinhas invadiam a estrada aos milhares e me fizeram perplexa com tamanha beleza. Até aquela grande, azul cintilante, ousou me encarar no para-brisas do carro. Pensei que as águas, não de março, mas de novembro, aqui neste outro quase hemisfério haviam chegado e com elas novas criaturas para alimentar este ciclo verde infinito.

Voltei pra casa depois de resolver algumas coisinhas no Peba, tomei meu banho e já ia preparar o almoço quando vi através da tela da porta da sala as borboletinhas novamente. Como não bastasse a estrada, invadiram também o jardim de casa. Que maravilha!!!

Abri a porta e fui apreciar a revoada caótica e frenéticas das recém-nascidas, e vi que se amontoavam na rua próximo ao meio-fio, em frente à casa vizinha. Vagarosamente me aproximei das verdinhas e pra meu espanto elas estavam reunidas numa poça de lama, cheia de material orgânico. Talvez seja hora de almoço, talvez estejam em conferência, talvez estejam celebrando com um drink. Sei lá, o que faziam, mas não pude evitar uma corrida até minha máquina fotográfica.

No sol, que secou quase imediatamente meu cabelo molhado do recém banho, fiquei registrando aquelas pequenas coisinhas coloridas que ora ficavam paradas, ora batiam loucamente em círculo, fugindo de alguém que passava. Eu, paralisada, só mexia o dedo indicador para disparar as fotos. Quase sem respirar, batia sem parar tentando captar cada movimento e posição que as voadoras faziam. A luz do sol batia em suas asas e davam brilho especial às cores verde, amarelo, laranja, tons suaves fazendo o conjunto dos seres, o mais bonito que vi nos últimos tempos.

Depois deste emocionante episódio, voltei pra dentro de casa e fui esquentar a comida pois o corpo já estava quente do sol e o coração aquecido até demais.