domingo, 30 de setembro de 2012

Cavernas

Sempre atrás de conhecer coisas da região, depois de três anos e meio morando por aqui, descobri Filho, um ambientalista que trabalha em parceria com o ICMBio/IBAMA e já mapeou alguns pontos de interesse como cavernas e cachoeiras na FLONA Carajás. Hoje ele nos levou para conhecer algumas cavernas na savana. São mais de mil mas pudemos apreciar a beleza e aprender um pouco de três delas. As imagens falarão por mim.







E agora que já temos a pessoa certa pra nos guiar neste planeta verde, que venham mais cavernas, cachoeiras, savanas, cangas, ipomeas, onças, arpias, gaviões, corujas, e outros bichos mais. A floresta que nos aguarde! Acho que começo a gostar daqui...

domingo, 2 de setembro de 2012

Nova era?

Ontem me perguntei sobre estarmos vivendo novos tempos em Carajás. Alguns fatos tem me feito achar que a coisa pode estar melhorando por estas bandas de cá.

Numa manhã, por exemplo, consegui que meu jardineiro fizesse todo o jardim. Cortou toda a grama, tirou os "matinhos"dela e da calçada, varreu todo o resto de folhas que ficou da troca da cerca nova, e o que mais? Nada mais, pois venho preparando este jardim por três anos para que a simplicidade me ajude na lida com estes profissionais, que cá entre nós, não são dos mais dedicados e talentosos. Com isto posso dizer que atingi um objetivo: bem estar com o mínimo de esforço. Talvez alguns dirão que perdi o prazer da beleza das flores, ou do cultivo de plantas diversas, mas o que tenho a dizer é que nunca foram estes os meus maiores prazeres e como estamos por aqui só de passagem não gostaria de repetir o que exercitei por tanto tempo na Bahia: árvores frutíferas que deram muitos frutos e flores que continuam florindo o jardim até hoje (tenho notícias de nossa velha casa em Teofilândia).

Na mesma manhã, instalaram a nova internet, WKVE. Isto mesmo, agora temos internet a cabo e que pode atingir até 1 Mega de velocidade. Isso não é surpreendente? E mais... eles conseguiram fazer o serviço em menos de meia hora. E mais... eles conseguiram instalar o serviço em muitas casas em menos de uma semana, posso perceber pelos vários fios brancos que agora cruzam as ruas, dos postes aos telhados das casas, conectando todos ao mundo lá fora. Isto não é o máximo?  E mais... a velocidade é o que prometeram mesmo! No nosso caso, optamos por 600 kbps pra testar o serviço, e não é que já estamos pensando num upgrade pra 1 Mega?

No mesmo dia, já a tarde, participei do ensaio do Grupo Kuarup, do qual faço parte, apesar de meus talentos e minha paciência estarem bem aquém do necessário. O ritmo dos ensaios sempre me deixou um pouco desanimada. O constante atraso, a desorganização instalada, a falta de objetividade dos dirigentes, e talvez meu ainda distanciamento desta cultura tão diferente da dos sul-maravilhenses, fizessem de mim um ser ainda  desalmado. Mas nesta tarde parece que alguma coisa aconteceu no meu cérebro e as conexões começaram a responder positivamente, eficientemente, alegremente, animadamente e percebi que todo esforço até ali tinham valido a pena. A voz saiu forte, afinada, os arranjos fluiram e a back vocal aqui mostrou pra que veio e porque resolveu mais uma vez ficar.

Temos várias apresentações marcadas. Hoje, inclusive, participaremos da FAP (Feira Agropecuária de Parauapebas). Mês que vem estaremos num dos palcos do Círio de Nazaré em Belém, recebemos convite do governo municipal e estamos todos muito motivados. Ah! Esqueci de falar que ontem desfilamos na Parada de Sete de Setembro. Foi um luxo só! Momentos de celebridade!

Parece que tudo começa a fazer mais sentido e, óbvio, a música mais uma vez me pega na esquina e me faz escolher o melhor caminho. Já até penso com tristeza no dia em que tiver que deixar este grupo.

Outra coisa acontecendo por aqui é a construção de novas casas. Por conta do aumento do número de minas nos arredores, mais casas são demandadas para empregados que chegam. E para minha surpresa, as obras estão de vento em poupa, e já imagino as belezuras que preencherão os terrenos vazios de muitas das ruas.

Outro dia caí de quatro quando vi que a entrada de nossa horta comunitária estava tomada por asfalto. Por conta do canteiro de obras da empresa responsável pela construção das casas, estar instalado próximo daquele local, resolveram arrumar a rua pra facilitar a entrada dos caminhões e tratores. A horta que fica no fim da rua recebeu então o pavimento preto. Haverá controvérsias sobre o resultado, mas afirmo que não devemos negar o progresso e que a atmosfera rural e bucólica de outrora vai fazer parte apenas de nossas memórias porque agora já falamos em ampliação e melhoramento da hortinha.

Pois bem... Vou ficando por aqui porque nunca antes na história deste núcleo se viu tantos progressos. É óbvio que falo por mim mesma, numa percepção de alguém que ainda continua querendo ver as coisas acontecendo, e porque continua sempre se sentindo a 129 passos do paraíso.