Continuando o episódio "transitoriedade da vida", acabo de testemunhar mais uma vez este inexorável fato. Neste sábado de manhã, um lindo dia por sinal, depois de alguns dias nublados e chuvosos, percebi que nossa amiga sabiá (se é que posso chamá-la assim) movimentava-se freneticamente pela varanda. Ia e vinha ao ninho como quem tem algo a fazer de urgente, e então percebi que havia chegado o dia D, quer dizer, o dia S quando os sabiazinhos deixariam o seguro e confortável berço.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
E aí se foram...
Continuando o episódio "transitoriedade da vida", acabo de testemunhar mais uma vez este inexorável fato. Neste sábado de manhã, um lindo dia por sinal, depois de alguns dias nublados e chuvosos, percebi que nossa amiga sabiá (se é que posso chamá-la assim) movimentava-se freneticamente pela varanda. Ia e vinha ao ninho como quem tem algo a fazer de urgente, e então percebi que havia chegado o dia D, quer dizer, o dia S quando os sabiazinhos deixariam o seguro e confortável berço.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Eufemismos de sobrevivência
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Visitas inesperadas
Sorry! It feels like years since I've posted something new in this blog. But I'm back.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Tem cada uma...
Desci a rua na maior velocidade montada na minha bike. As calças de ginástica arregaçadas, os tênis dentro da cestinha junto com a bolsa e a garrafa de água, os cabelos molhados, o protetor solar já sem efeito, os olhos apertados do sol – esqueci os sunglasses, e um estômago gritando de fome.
Pois bem, até que achei very smart esta expressão paraense: arrumar as unhas. Sim, porque elas estão sujas, grandes, tortas, cheias de cutícula, saindo pelinha pra todo lado, que horror! Tem que dar uma ARRUMADA.
Pra levar menos tempo no salão, marco logo uma equipe pra acabar rápido o serviço. E assim, toda torta na cadeira, mãos na mão de uma, pés nas mãos de outra, e cabelo em outras duas mãos, lá estava eu “em nó”, segundo uma das manicures. Felizmente não era “cego”, disse ela: “Já pensou ter que desatá esta muié?”
Então, acaba a arrumação, pago, agradeço o trabalho bem feito, volto pra casa correndo na bike, descabelada, suada, faminta mas de pés e mãos arrumadérrimos. Imagine só... até ousei arrumar um vermelho no pé!
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Garimpando
Os finais de semana neste mato sem cachorro costumam ser muito repetitivos, ou seja, passamos em casa, assistindo TV, lendo ou inventando alguma outra coisa. Costumo sair para fotografar, caminhar... e é raro quando não pegamos o cineminha da semana, só mesmo quando o filme é infantil, dublado e desconhecido, caso contrário, nossa presença é garantida na "fila" da pipoca e da jujuba, docinho preferido do nosso geólogo.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Vovókype
Ando meio relapsa (acho que é a primeira vez que escrevo esta palavra). Que eu perdoe a mim mesma mas é que estou vivendo o ócio que este mato sem cachorro me proporciona. Passo o dia numa calmaria só, correria não faz parte mais dos meus "entas", e não foi isto que me prometi na aposentadoria? Pois então.
sábado, 18 de junho de 2011
Que bode!
Desde quinta-feira sou movida pelo fiozinho de energia que me resta. Além de estar na última semana de casa de campo, quando já começo a me preparar para decolar deste mato sem cachorro, uma gripe sonofbitch me pega de jeito e o marasmo peculiar reinante ganha proporções gigantescas. Só quero cama e TV (aliás o que seria de nós sem uma Globonews, GNT, CNN, BBC, pra nos manter conectados ao mundo?)
domingo, 5 de junho de 2011
Geologada
Foi sábado a grande bebemoração! Estas criaturas curiosas fazem questão de deixar registrado que o dia 30 de maio é delas. Quem quiser que venha se juntar a estes doidos de pedra, porque alegria tem de sobra, principalmente se tiver muito chopp, música e papo bom. Se a conversa não rolar, então pergunte sobre teor, depósito, subterrâneo, testemunho e com certeza os olhos destes caras brilharão e a boca se abrirá em sorriso e num monte de informação. São movidos a energia da Terra e misturados nela são pinto no lixo. Não são vencidos pelo cansado desde que tenham uma rocha pela frente. Se for rocha dura, muito melhor, senão serve uma boa terra vermelha que leve ao minério. Se a mina é viável, ah, isto é de menor importância, o que vale é ter ido às profundezas da Terra depois do mapa estudado.
domingo, 15 de maio de 2011
Bicicleta
Nem sei como começar. Tantos meses se passaram, tantas coisas aconteceram que fica difícil acreditar que estou nova, novamente, pra recomeçar. Sem exageros, é claro.
Já havia pensado em voltar a blogar, mas a preguiça foi maior que a necessidade. Olho pra trás, vejo que tudo começou assim, por necessidade, mas hoje vejo tudo um pouco diferente. O mato sem cachorro continua o mesmo exagero de verde, o mesmo gigantesco silêncio, as mesmas pessoas socadas dentro de casa, a mesma chuva torrencial do inverno e o verão, que já começa esquentar por aqui, é o mesmo. Será? Se tudo vem mudando neste planeta, porque eu não haveria de mudar também?
Mas isto é papo que não vai levar a muita coisa. O que tenho de melhor a blogar hoje é um fato simples acontecido nesta minha estada por estas bandas amazônicas.
Contaram-me logo que aterrizei neste mato verde a dois anos atrás, que não havia ladrões de bicicletas na área. Todos se utilizam destes bi-ciclos por aqui pelo fato do lugar ser totalmente plano, asfaltado e ter ciclovia. Um excelente convite ao trânsito verde, à queima de calorias e à economia. De estudantes a funcionários, todos se utilizam do pedal pra ir e vir rapidamente da escola, do supermercado, do clube, do trabalho e até mesmo por puro prazer de circular em velocidade pelos limites da floresta.
Pois não fiquei de fora desta onda. Com duas bicicletas adquiridas com antecedência, engrosso a turma dos ciclistas. Quanto ao digníssimo geólogo, deixei-o de lado, depois de muitas restrições a sua bike que está envelhecendo de tão sem uso.
Ontem fui à academia, obviamente de bicicleta. Vi que havia muitas estacionadas no bicicletário e estranhei. Talvez fosse a hora do dia, talvez o verão trazendo mais energia aos inertes. Estacionei-a sem corrente, como venho fazendo nestes últimos anos. Sempre chego a pensar que corro risco, mas prefiro o sentimento otimista que me impregna no momento. Resolvo mais uma vez, deixá-la solta, livre, disponível. É meu espírito quem manda.
Entro na academia, faço meu programa inteiro, suo a camisa, metaforicamente falando, pois agora temos ar condicionado. A academia está novinha em folha, obra de igreja um dia acaba. Que felicidade pros incrédulos. Despeço-me de todos e vou ao encontro do meu veículo de duas rodas que me garantirá uma rápida chegada em casa, neste sol de rachar. Penso que estou mais uma vez livre desta tirania do corpo. Caminho para o bicicletário.
Acho que não preciso dizer, mas vou dizer mesmo assim. Levaram minha bicicleta. No meio de tantas cores e tipos, não consigo localizá-la. Chego mais perto, examino uma por uma, e não vejo nada familiar. Parece ser aquela ali. Não, esta é mais velha, muito mais. A minha é nova e além do mais tem cestinha. Caramba! Será possível que o inevitável aconteceu comigo? Fato consumado.
Alguns já haviam me falado que ninguém rouba bicicleta neste mato sem cachorro, o que acontece é que as pessoas pegam emprestado por alguma necessidade momentânea. Depois a devolvem, largam-na em algum lugar, às vezes jogam-na no chão, desprezadas depois de cumprirem uma missão.
Sempre desconfiei desta estória, achava que era papo de locais super valorizando a terrinha. Como assim? Bicicleta é socializada por aqui?
Contei para algumas pessoas sobre o desaparecimento da minha bicicleta, já que a palavra roubo me soava forte demais, e resolvi aguardar para comprovar esta estória de bicicleta social.
Hoje, logo após a academia, convidei minha vizinha e amiga para fazermos uma busca. De carro, cada uma olhando para um lado da rua, tentaríamos avistar qualquer coisa parecida com uma bicicleta vermelha. Caso encontrássemos, abordaríamos o dono e conferiríamos a procedência da dita cuja.
Contando talvez ninguém acredite, eu mesmo fico achando tudo isto surreal, mas o fato é que no final da primeira rua onde se encontrava uma parada de ônibus, não pude conter minha alegria e gritei: “é a minha bicicleta!”
Paradinha, escorada no concreto, do jeito que minha memória a registrara, lá estava ela, livre, solta, disponível como eu a havia deixado no dia anterior no bicicletário. Unbelievable!!!
A estória se confirmou. Algum necessitado de transporte rápido, se apoderou da minha bike, chegou ao ponto de ônibus, e só teve tempo de tomar um guaraná, e subir no veículo em direção ao seu destino final.
A pet na cestinha revelavam a presença humana e a posição da bicicleta, o seu honesto interesse nela.
Fiquei aliviada por recuperar minha vermelhinha, mas acho que o melhor de tudo, foi a comprovação de que pedalar por aqui é a mais pura extensão dos pés.