quinta-feira, 25 de junho de 2009

Continuando abrindo as fronteiras

Pego o trem que vai pra São Luis amanhã de manhã, aliás pego o ônibus que vai para a estação ferroviária em Parauapebas, às 4h da manhã. A mala está pronta e diversos brinquedinhos estão dentro dela, já que a viagem leva o dia inteiro. Tem coisa pra todos os gostos e necessidades, de audiobooks a tea bag para um eventual resfriamento dentro do vagão. Como vou de classe executiva, e acreditem não paguei nada por isto, dizem que o ar condicionado é de doer. Então me preparei para este clima Europeu na versão brasileira com uma pachimina, meia e alguns tea bags.

Na verdade estou mesmo interessada é no trajeto a ser percorrido e nas pessoas que frequentam o trem. Há diversos tipos de vagão, e obviamente, há aquele onde ar condicionado é o vento pelas janelas, mas isto depois eu conto. Quero sentir os aromas, os humores e descobrir as cores deste corte que será feito entre a vasta floresta e o mar que cerca São Luis por todos os lados. Uma ilha, imaginem só! Talvez poucos saibam disto, na escola a única coisa que aprendemos sobre São Luis é que era a capital do Maranhão. Pois vou checar bem de perto esta nova fronteira brasileira que anda muito colorida e festeira. O boi tá solto, cheio de brilho e graça por lá.

Engraçado que mesmo com toda esta cultura do boi, até em restaurantes indianos por aqui se prepara uma boa picanha. Bumba-meu-boi bumbá, bumba pra não dançar! Mas não tem jeito não, já sei que verei vastas áreas desmatadas cheias daqueles pontinhos brancos aglomerados. E não são como minha filha pensava, pedras pintadinhas de branco, são gado mesmo pastando a grama que um dia substituiu as árvores amazônicas. Sei que ainda verei aqueles palitos queimados gigantes, mortos enterrados em pé, esquecidos pela despalitagem.

Vou de peito aberto e todos os sentidos on-line. Já aprendi a gostar um pouco do Maranhão pela Leda que trabalha aqui em casa. Lembram dela, Rosileide? Ainda hoje tive uma conversa séria com ela sobre escola. Perguntei se ela já se matriculou na escola e ouvi um "Meu marido não deixa", e então se seguiu um discurso acalorado e cheio de razões para convencer não só a ela, mas o marido e a sogra que diz que a época da Leda estudar já passou. Pode? Usei todos os argumentos possíveis mas acabei apelando pra VALE dizendo que qualquer dia ela solta uma exigência de escolaridade para todos os empregados de empreiteiras, já que para seus próprios empregados o segundo grau é o mínimo exigido. Pode ser que assim eles entendam que emprego vai ser disputado por aqueles que frequentam a escola e quem sabe esta região esquecida pelo nosso país venha mostrar a riqueza que tem.

Bom, lá vamos nós ver o que é que o Maranhão tem. Piuiiiiiii!Piuiiiiiiiiii!

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