domingo, 19 de abril de 2009

Comentários





Sou uma blogueira mesmo de primeira viagem. Só agora vi os comentários de meus primos João e Sérgio, o que me deu uma grande alegria e vontade de escrever mais.

Quando vai chegando perto da minha folga (20 x 10, ida pro Rio, oba!) vou ficando meio impaciente com algumas coisas, e hoje, pra escapar também da falta de energia que deixou o dia no Núcleo ainda mais silencioso, resolvi que iríamos ao Zoo.

Não digam que é programa de índio porque eu vou ter que concordar. Sabem quem nós encontramos por lá? Um índio e uma índia Xicrin, obviamente não estavam pelados o que nos deixou um pouco mais a vontade em chegar perto e conversar. E foi o que eu fiz embora Beto ficasse me puxando pra ir embora. Ele deve ter suas razões, mas eu estava muito interessada em levar um papo com eles.

O índio falava conosco um português de iniciante e uma outra língua, talvez o tupi-guarani, com a índia. Esta só mostrou pro que veio depois que começou a fazer umas tatuagens nas moças. Que habilidade! Rapidamente ela pintava e desenhava usando um pauzinho que passava na mão-palheta cheia de jenipapo.

Pois então, informo aos leitores deste blog, Jenipapo, em tupi-guarani, significa "fruta que mancha ou de fazer tintura, fruta que serve para pintar". Tudo comprovado. Ele pinta que é uma beleza! O que escreveram nos livros está conferido ao vivo e à cores.

Quanto ao índio, vendia tacapes, arco e flexa de brinquedo e um enfeite pra cabeça. Ele observava e dava o preço das coisas. Tinha aquele jeitão de índio dos livros e até uma cara simpática. Comprei um enfeite pra cabeça, tentei arrancar-lhe mais algumas palavras mas acho que ele só aguardava a índia terminar o serviço pra pegar sua canoa e descer o rio. Ou quem sabe, segundo o Beto, pegar sua D20 e descer a estrada para o Peba.

Nunca se sabe o que acontece por estes lados de cá. Este Brasil daqui é uma surpresa todo dia. E a pergunta é: até quando poderemos nos encontrar com índios falando suas línguas e vendendo seu produto?

Voltei pra casa com a sensação de ter conhecido o Brasil do passado, o mesmo que trocou suas riquezas por poucos reais.

2 comentários:

  1. Míriam,

    cada vez que penso em você, mais absorvo os versos cantados por Milton Nascimento: "Amigo é coisa prá se guardar do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam não..."

    São muitas as viagens, são muitas as distâncias, são diversas as realidades, mas a alma é livre e o pensamento é imã que atrai, aproxima, e deixa ir, e novamente traz, como em um balé, como a dança da vida. Sim, eternamente sim, amigas para sempre!

    Com carinho,

    Cristina

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  2. Oi Cristina, sim, eternamente.
    Você encheu meus olhos d'água.
    Beijão
    Miriam

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