terça-feira, 24 de março de 2009

Um pouquinho da história de Carajás SUPERINTERESSANTE - Edição 117

O tesouro da Serra de Carajás
Como se formou o maior tesouro mineral controlado pela Vale do Rio Doce.
Onze de julho de 1967. Um helicóptero sobrevoa a região central do Pará, coberta pela densa floresta, procurando jazidas de manganês. De repente, a neblina tapa a visão. O piloto desce, aflito, na primeira clareira que aparece. O recém-formado geólogo Breno dos Santos, funcionário da mineradora americana US Steel, que também estava no aparelho, só ouviu um grito: "Breno, isso aqui tá muito sujo! Olha o rabo do aparelho! Avisa se está perto das árvores que eu cuido da frente"!
O pouso foi de emergência. E deu certo. Só que a clareira não era uma qualquer. O queixo de Breno quase caiu: a vegetação estranha e rala, quase inexistente, indicava, claramente, que ali estava uma "canga", área com grande concentração de ferro perto da superfície. O ferro "estraga" o solo e impede as árvores de crescer. Imediatamente, o geólogo lembrou-se que havia avistado, do helicóptero, outras clareiras na região. Era uma concentração absolutamente incomum.
Breno tinha acabado de descobrir, nada mais nada menos do que a mais rica reserva de minério de ferro do mundo. Mais tarde, no que depois veio a ser conhecida como a Província Mineral de Carajás, foi encontrado ouro, prata, manganês, cobre, bauxita, zinco, níquel, cromo, estanho e tungstênio. Enfim, um verdadeiro Eldorado.
Na verdade, essa história começa muito antes de o helicóptero da US Stell pousar. Tudo foi cuspido do interior da Terra por centenas de vulcões, há 2,5 bilhões de anos. "A Província Mineral de Carajás, pela diversidade de seus recursos minerais e grandeza das jazidas, é única no planeta", diz Breno dos Santos, hoje já não tão jovem, mas presidente da Docegeo, a empresa de pesquisa da Companhia Vale do Rio Doce, que explora a região.

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